Eu sou uma sonhadora. Sei tão pouco da vida real que não consigo evitar de re-viver alguns momentos que só tenho nos meus sonhos, alguns episódios que me dão aquele rasgo de esperança que preciso nos meus dias. Fecho os olhos. Estou numa praia, com aquela areia branca e aquele oceano quase transparente, corro, mergulho. Estou no meu quarto, onde estava à 5 minutos atrás. Tudo parece igual, menos eu. Depois de ter o meu pedaço de sonho, o pedaço do meu mundo sinto-me mais eu, mais segura, mais calma, serena, com o ritmo cardíaco controlado e sem aquela raiva que me consome as veias, aquela brutalidade que me rasga o coração. E consigo fazer isto vezes indeterminadas durante um dia, consigo ir a todo o lado e a toda a parte quando fecho os olhos, e tu nem reparas. Tu nem reparas que eu estou em cima da torre effeil, que estou a correr ao lado de um leopardo, que estou a voar por cima da tua casa. Suponho que não seja justo, que deveria ser eu a cada minuto que passa, mas doí e magoa ser eu própria por demasiado tempo, toda o ódio que tenho a correr-me no sangue, toda a saudade e dor que correm no meu sistema nervoso resultam numa violência que sai abraçada às minhas palavras, numa brutalidade no toque e numa insensibilidade ao carinho. Não gosto no que me tornei por força das circunstancias, por isso esforço-me ao máximo para combater o que sou e tornar-me no que sou mas de uma forma mais calma. Os sonhos para mim são isso, auto-ajuda.
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